sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ausência

Não vou dizer mais nada... tudo o que eu disser não vai adiantar, serão palavras soltas ao vento... Só posso dizer que lamento. Que gostei de verdade de você, das nossas conversas, do seu olhar, do seu jeito, de tudo... mas não sei definir em nome o que somos e quem somos? Sem comunicação é impossível! É um monólogo cansativo, triste, dolorido demais pra minha alma inquieta... Isso não está me fazendo bem. Está me perturbando, me tirando do eixo, da centralidade, da lucidez...É inspirador para escrever, mas horrível de se viver. E entre escrever e viver, opto por viver, sempre! Escrever é apenas minha fuga, ora refúgio, ora um grito, ora minha sina, ora um desabafo, ora uma necessidade, ora um contentamento, ora um orgasmo, ora aleluias... Sou viva demais para sucumbir a vida, pra optar pelo sofrimento e pela dor que são os dois melhores ingredientes pra serem despejados num texto, como estou fazendo agora. Eu quero sempre o sorriso aberto, os pensamentos livres, sempre bem livres, o corpo feito em nós, coração palpitante, olhos brilhantes e um tremor que vem das pernas até o fio dos meus cabelos. E quando sinto que não estou sentindo isso, penso que estou entregue a sepultura, estando ainda viva. Sou alegre demais para me entregar a tristeza profunda do silêncio latente que existe entre nós agora. Será você uma visagem? Um it? Um Eu que não existe? Um homem que deseja apenas perturbar-me da forma mais cruel possível? Pois, sabendo meus pontos fracos em relação a ti, que é o teu silêncio e a tua presença, então resolve, na mais sã consciência, tirar-me de uma só vez, ambas as fraquezas que sempre fizeram de mim, nesse nosso ponto de encontro, uma mulher em êxtase.

Lilian Flores

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