quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MÃE LEOA


MÃE LEOA

Quem me conhece, sabe que há 13 anos atrás quando estava na Univille, tive um encontro especial com a escritura intimista de Clarice Lispector e decorei alguns trechos de seus livros e com eles, enchia o saco de todo mundo recitando-os desesperadamente. Claro, que quando engravidei, minha filha não poderia ter outro nome, senão Clarice. 

E tem um trecho de um de seus livros, (Uma Aprendizagem ou o Livros dos Prazeres), que Clarice escreveu, e é meu favorito: "Pedi socorro e ele não me foi negado. É como se eu fosse um tigre ferido com uma flecha fincada na carne. E tivesse rondado as pessoas medrosas para ver quem me tiraria a dor. E este homem, o meu homem, Ulisses, sentiu que um tigre ferido não é perigoso, e se aproximando, sem medo de tocar-me, retirou com cuidado a flecha fincada”. 

É que ainda pouco, ao abrir minha caixa de email, vi a resposta de meu socorro! Apesar do trecho acima se remeter a um homem, que a "salvaria" de sua solidão, esse email não é que o que vocês estão pensando. Não é uma declaração de amor, mas era justamente o que eu estava esperando: O MEU SOCORRO ATENDIDO, MAIS UMA VEZ!

Quem lê minhas crônicas imagina que a Secretária de Educação do Município, Mara Lúcia Moreira Jasper, me odeie! Mas tenho absoluta certeza, que ela tem momentos de ódio, assim como eu também os tenho! As pessoas as vezes podem confundir ser de estar. Como profª. de Port., explico que os dois são verbos de ligação e que apresentam estado. Pra mim, o verbo ser, tem sentido de estado perpétuo, já o estar, tem sentido de verbo de estado passageiro. Ou seja, "ser professora", é diferente de "estar professora"!

Com todas as minhas forças e com todo o amor que dedico à escola e aos meus alunos, posso afirmar que eu SOU PROFESSORA e não apenas, ESTOU professora. E respostas como o email que recebi da Secretária, além de terem me levado às lágrimas, me dão mais orgulho de pertencer a esta classe de "mestres do saber". 

Esse meu SOCORRO não foi o primeiro. Quando estava efetiva pelo segundo ano na prefeitura, fui dar aula para uma turma que era uma situação atípica no município. As reclamações ficavam apenas nos corredores e sala dos professores, mas a grande realidade é que ninguém conseguia dar aula pra eles. E eu particularmente, não conseguia!! Tentei recitar poemas, contar histórias, trabalhar com revistinhas em quadrinho, charges de jornais, etc...NADA prendia a atenção. Pra mim, aquilo não era normal, pois em todas as salas que passei, quando eu começo com: "era uma vez..." a galera já esbugalha os olhos. 

Enfim, ali isso não acontecia e me angustiava demais, ao ponto que em meados de abril, protocolei minha redução de carga horária, e a Secretária veio pessoalmente na outra escola que eu trabalhava, saber o motivo pelo qual queria sair. Expliquei os porquês, e ela acreditando mais em mim do que eu mesma, não aceitou a redução e ainda perguntou-me o que eu queria que fosse feito? Parecia FADA-MADRINHA, exatamente como acabei de ler seu email. Após os combinados, ela foi assistir a minha aula e constatou que eu não havia mentido ou exagerado. "Realmente não tinha como acontecer o ensino e aprendizagem naquela turma". Foram suas palavras naquela manhã de maio de 2011, que lavaram a minha alma angustiada. Chamou a direção e pediu que fossem tomadas as devidas providências: como palestras, ajustes estruturais, conselho tutelar, reunião de pais entre outras medidas de âmbito MACRO. Não solucionou totalmente os problemas, porque na verdade, as ações diárias de prevenção, de retaguarda, não diz respeito a Secretaria mesmo, mas sim in loco, (MICRO). E aí camarada, já Elvis...como dizem por aí! 

Depois, novamente ela me socorreu em uma situação que não diz respeito a estrutura e nem a alunos, mas de gestão. Uns nasceram para ensinar (como eu); outros nasceram para administrar bens (somente os meus e porque sou obrigada); outros nasceram para gerenciar pessoas (digamos que dou conta do recado); outros conseguem executar essas 3 habilidades com dificuldades, outros com destreza... E aí você assume um cargo e não tem habilidade para tal? Até logo, porque você pode conseguir mascarar esse seu déficit por um ano no máximo, depois...já Élvis!

Enfim, quinta-feira será um novo amanhecer. Um amanhã com sabor de esperança, com cheiro de justiça, com jeitinho vitória. 

Obrigada Deus! Obrigada professora, mãe e Secretária de Educação por ter se colocado em meu lugar. Por ter me ouvido, por ter me lido, por ser essa pessoa tão COMPETENTE, JUSTA, PARCEIRA, ADORÁVEL, MAS AS VEZES, ODIOSA. (risos) Como a sra. sempre diz: "Nem Jesus Cristo que era perfeito, conseguiu agradar a todo mundo mesmo..." DESCONFIO, que temos uma "qualidade ou defeito" em comum: somos duas mulheres que não temos a mínima vontade de querer agradar ninguém. Se agradamos, é sem querer querendo! rsrsrs

Quem realmente me conhece, sabe que não tenho motivos para "puxar-saco", mas que sou uma pessoa que preza pela verdade e pela justiça. E verdades sempre terão que ser ditas, mesmo que as vezes elas provoquem dor ou ódio. Meus pais sempre me recitavam uma frase, que decorei e a guardo não apenas em minha memória, mas em meu coração e tento sempre coloca-la em prática: "Antes uma AMARGA verdade, do que uma DOCE mentira". 

Porque podem mexer com a gente, pois temos igualdade de força, inteligência, maturidade, responsabilidade...SÓ NÃO MEXAM COM O FILHO DA GENTE! Viramos LEOAS!!!!


Lilian Flores



domingo, 12 de outubro de 2014

ELEIÇÕES PARA O SINDICATO DOS SERV. PÚBLICOS DE SÃO CHICO


ELEIÇÕES PARA O SINDICATO DOS SERV. PÚBLICOS DE SÃO CHICO
Quem eu votei? Sou sincera em dizer que fiquei entre a CRUZ e a ESPADA. De um lado, o pedido de voto de uma irmã em Cristo e do outro, o pedido de um grande amigo de trabalho.
Antes mesmo do  Raul Francisco Macedo anunciar que seria candidato, meu amigo Geovani Macedo, já havia me antecipado a notícia e assim, pedindo meu voto. E é claro que eu disse sim!
Depois da campanha lançada, Eliane pediu-me seu voto e eu respondi, que votaria no candidato que não fosse o que o prefeito apoiasse. Então, ela disse: "é a nossa Chapa!" Na hora disse que votaria nela, pois tinha o pré-requisito que eu havia estabelecido como melhor, apesar de eu ser totalmente contra a reeleição.
Mas enfim, durante a semana toda fiquei nessa encruzilhada. De um lado, eu tinha a promessa da luta em nossa defesa e do outro lado, um plano lindo, mas com a prerrogativa do prefeito. Ou seja, aquela dúvida cruel: será que o homi vai permitir? Porém, havia a promessa também de que, apesar do apoio que tinha do governante, se os interesses do servidores fossem violados, o Chico se posicionaria contra o poder. Como aconteceu com a atual gestão, que foi eleita através do apoio do Excelentíssimo, mas bravamente, se posicionaram contra, assim que tentaram violar direitos. É isso mesmo que deve acontecer... Não importa quem apoie, você não pode se sentir refém do mesmo. Penso que apoio, é algo voluntário ou pelo menos deveria ser.
Mas quem eu apoiei? Ninguém! A minha voluntariedade ficou muda para não prejudicar nem um e nem o outro. Se apoiasse Eliane, criaria um clima desarmônico em meu ambiente de trabalho e também, se apoiasse o Chico, criaria um clima desarmônico na igreja, na qual congregamos.
Em quem votei? Preciso desabafar e dizer: que por laços de amizade, decidi votar no Macedo, mas também confesso, que fiquei na torcida interior, pela Eliane Curvello. Porque sei que ela tem peito para enfrentar as milícias do autoritarismo que reina em nossa cidade. Não que o Chico não tenha, mas ele estava do lado de lá, e no fim das contas, isso pesa na balança.
O ruim de você ficar em cima do muro, é porque acaba não se sentindo a vontade para colocar uma camiseta, um adesivo no carro, nem mesmo curtir e comentar um post no facebook,etc..Isso provocou-me uma angústia horrível, da qual não quero nunca mais sentir.
Por outro lado, fiquei pensando e imaginando, a quantidade de gente que senti isso... Pois, a grande maioria não se posiciona pra nada na vida. Leva essa rotina de viver construindo uma moradia em cima do muro, sentindo-se confortavelmente nessa vidinha +ou-!
No frigir dos ovos: a sensação é de que deixei meu voto em branco; talvez, teria sido a atitude mais sensata? Não sei! Fiz o que meu coração mandou!


Lilian Flores

Lilian Flores