terça-feira, 13 de novembro de 2018

Conjecturas

Ele a ama com amor fraternal, mas não sabe. Mas quem sabe? Deus e ela! Ela sabe e por isso não tem certezas. Ela também o ama com amor fraterno, porque duvida do que sente. Já tentou ir além, mas teme ser traída pelos sentimentos. Melhor duvidar! Deste enlace rendeu-lhe, traumas, dores, tristezas, alegrias, descendentes... A certeza que tem, é que duvidar, lhe impede de sofrer mais. Por isso duvida dele e duvida de si mesma. Duvidar é sua forma de se defender... De tanto duvidar, acaba acreditando em tudo e em todos. Eles se amam com amor fraterno. É um amor duradouro, eterno, mas é insuficiente. Ele queria mais, muito mais. E ela se contentava com quaisquer sentimento pra evitar sofrer.

Ele fica lá e cá. Sempre dividido e nunca por inteiro! Seus pensamentos ficam lá e seu corpo, cá. Seus olhos ficam lá e seus lábios, cá. Seu coração sempre fica lá e suas mãos, cá. Por que tal dualidade lhe cerca? Creio que é o medo. Medo de saber que está pronto para um futuro que bate à porta. Medo de se entregar. Medo de errar. Medo de encontrar o que sempre procurava. Esperar é sempre a melhor resposta. Por isso, espera até que Deus se revele. Até que o convívio com ela e consigo mesmo se torne insustentável, insuportável...

Quando isso vai acontecer? Só depois de se reencontrarem! Ele precisa vê-la e sentir sua presença e o que ela lhe causa... Ele tem certeza que lhe causa amor-eros. Ela não precisa vê-lo, mas deseja! Pra ela basta fechar os olhos e escrever, descrever, deduzir...o que acontece em seu mundo, e assim faz, como estou fazendo agora. Escrever é seu modo de se declarar, de dizer o que se espera ouvir.

Ele nunca teve medo dela, mas estranhava seus poderes. As vezes, pensa que ela é uma espécie de anjo, ora bruxa, ora vidente, ora feiticeira... Mas ela não é nada! Simplesmente, nada! E quando se é nada, sem querer, transforma-se em tudo. Quanto mais vazios de nós mesmos, mais cheios ficamos daquele que tudo fez. E assim ficamos conectados com Ele pra sempre, o tempo todo. Isso o assusta, intriga e lhe provoca um bem-querer. Ele sempre quis experimentar uma história de amor, que tivesse várias mini-histórias sobrenaturais escritas por Deus. E ela sempre desejou conhecer, aquele que não tinha medo de feras, que as domava com leite e pão. Isso a atraía a esse estranho, que sabia exatamente o que uma fera precisa.

A história se repete! E só se repete porque não aprendemos o que deveríamos ter aprendido. Ela, a mulher de amor fraterno, se parece idêntica a história do passado, a outra mulher de amor fraterno também. A diferença, é que as diferenças são opostas. Situações limites! Uma o avesso da outra. Dois extremos opostos e ele e a escritora no meio destas histórias. Pra onde ir? Quando não se sabe o que se deve fazer, o melhor caminho, é sempre ficar onde se está e esperar a voz de comando. Qual delas deveria ter escolhido? Nenhuma das duas! Mas ele escolheu as duas... Elas estão cada uma em um extremo, mas precisamos ir para o centro. Deus permite irmos aos extremos de nossas escolhas, para encontrarmos o ponto de equilíbrio, o eixo central de nossas vidas, o centro de sua vontade, porque simplesmente é o melhor lugar! É o lugar mais seguro pra se estar.
Amém!

Lilian Flores
#relatodeumaamiga #adolescencia


sábado, 10 de novembro de 2018

Questões Inafiançáveis


Onde estão as palavras soltas?
Cadê o sorriso largo?
Pra onde foi a saudade camuflada?
Quem bebeu o néctar da paixão?
Quanto tempo dura nossos olhares infinitos?
Qual o tamanho do teu suéter?
Explique a cor do amor se fores capaz!
Justifique a dor de não se ter o que deseja?
Que perfume exala de teus poros?
Por que ter medo das certezas?
Como não amar histórias do mar?
Quando chegarás o homem espiritual de 1° Cor.2:9-16?
Reina o silêncio dos inocentes...

Lilian Flores
www.contoscontidos.blogspot.com.br



sábado, 13 de outubro de 2018

FELICIDADE

Felicidade não é um estado. Felicidade é ser! Entre ser e estar existe um abismo. Estar é sentimento passageiro, onde hoje sinto, mas amanhã, nem sei o significado. Hoje quero, mas amanhã, nem sei do que gosto. Hoje preciso, mas amanhã? Bem, amanhã é uma eterna substituição.

Felicidade é ser! Ser feliz é uma escolha, como ser honesto, como ser caridoso, como ser trabalhador, como ser alegre, como ser gentil, como ser educado, como ser fiel, como ser ético... Ou vc é, ou vc não é! Não existe meio termo!

Ser feliz, é uma escolha que independe de onde estamos, com quem estamos e como estamos. Parece difícil imaginar uma pessoa feliz numa cama de hospital, numa sessão de quimioterapia, num processo doloroso de separação, de perda financeira, de morte de alguém querido...

Assim como é difícil imaginar tal contradição. Parece mais difícil ainda, imaginarmos pessoas bilionárias em depressão. Homens e mulheres fabricados em bisturis e academias, a procura de um amor verdadeiro. Famosos encarcerados pelo tempo que não tem com a família. Enfim, a roda gigante da vida, girando contra os sonhos.

Sim, vc pode não ter saúde plena e mesmo assim ser feliz. Porque junto com o infortúnio passageiro ou não, existe e existiram momentos felizes, como: o aconchego da família, as orações e preces, a união, o amor, o carinho, entre tantos outros pontos positivos, que só o sofrimento pode proporcionar. Quanta contradição! Às vezes parece que precisamos passar por momentos assim, para darmos o devido valor? Talvez! Porém, é sempre mais fácil, apenas olharmos o lado negativo, o lado ruim, a dor, a tristeza, as mazelas que rodeiam aqueles que buscam apenas momentos felizes.

Ser feliz é um estado de graça. Ser feliz é uma escolha! Ou vc escolhe se lamentar ou escolhe se alegrar, mesmo sofrendo. Ser feliz é uma decisão, em que vc decide dizer sim ou decide dizer não. Ser feliz é uma ação de mudança de atitude, de olhar, de querer... Já o estar feliz, é um estado de inércia, em que estou agora, logo, amanhã, estou infeliz. Estar feliz, é um sentimento egoísta, onde prevalece um momento ou momentos de felicidade. Estar feliz, é uma felicidade com data marcada, com prazo de validade, com um final inédito e imediatista, pra ontem, pra antes de ontem, pra agora, pra já! Estar feliz é para os fortes!!

Eu só creio na felicidade, aqui ou acolá, com alguém ou solitariamente, esperando ou não esperando sentimento recíproco; com dinheiro ou sem ele, com saúde ou na ausência dela, quando nos colocamos na presença de Deus.

Caso contrário, é vã filosofia, é vão desejo, é vã felicidade, é vã esperança! Tudo por Ele e para Ele, simplesmente pra que seu propósito se cumpra em nós. Pra que seus planos possam se concretizar, como Deus anseia e não como o homem deseja. Nosso desejo é efêmero, fugaz, egoísta, hedonista... Queremos o que julgamos melhor, para ontem e que gere prazer sempre.

Já o querer de Deus é pleno, completo, eterno, plural, vislumbrando o melhor pra nós. Porque essa vida é uma passagem breve e o melhor está sempre por vir: a eternidade! E é nela que devemos pensar e é para ela que devemos buscar forças de onde não temos, porque vai valer a pena, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam e o temem!

Lilian Flores.


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

09/10


Pode ser uma pressão muito baixa, quase juntando, quase morrendo do coração!
Pode ser uma data de falecimento, inscrita na lápide de algum amor que jaz no esquecimento.
Pode ser a data de nascimento, de crianças que nasceram predestinadas a amar.
Pode ser a data de casamento, de noivos que não duvidavam do amor.
Pode ser um capítulo e um versículo de Provérbios, jamais esquecido por quem realmente teme a Deus.
Pode ser as horas que não passam, num dia exaustivo de espera.
Pode ser a quilometragem de uma partida, que sempre voltou pra trás.
Pode ser a comemoração de um aniversário, que acabou de festejar a vida, que nasce todos os dias.
Pode ser as bodas de um enlace eterno, que nasceu no ventre materno, de mães que amam a Deus.
Pode ser as notas de avaliações, que anseiam por aprovar o (a)provado por Deus.
Pode ser os dias que faltam, para o sonho se tornar realidade.
Pode ser o início de um final eterno ou o fim de um eterno início, que se renova a cada manhã.

Lilian Flores

domingo, 7 de outubro de 2018

Um dia...


24 luas crescentes, 24 meses, 24 dias, 24 horas, 24 minutos, 24 segundos, 24 poesias contidas...
Há silêncio, medo, temor, pranto, alegria, lágrima, saudade das horas que se passavam devagar, sem tempo de acabar...
Há fé, amor, paixão, paz, sinceridade, paciência de Jó pra esperar sempre...
Há versos, salmos, provérbios, cântico dos cânticos, hinos, fotografias, pão-por-Deus, poemas inacabados no papel...
Há vestido, sandália, perfume, brincos, batons e esperanças no chão de giz...
Há Deus, eu, Clarice, a gente esperando você, minha versão masculina de ser... Cadê?

Lilian Flores
www.contoscontidos.blogspot.com.br

Amanhã - Um poema gramático!


Amanhã é uma metáfora que só os apaixonados entenderão.
Amanhã é um galo que ainda não cantou no pretérito Mais-que-Perfeito.
Amanhã é um Pão-por-Deus sem rima, quase mudo.
Amanhã é o crepúsculo de uma noite que termina em oxítona.
Amanhã é um futuro do presente lacrado e sem destinatário.
Amanhã é um particípio do hoje, eternamente.
Amanhã é um futuro do pretérito no modo subjuntivo.
Amanhã é um advérbio de tempo atemporal.
Amanhã é um adjetivo superlativo em meus sonhos.
Amanhã é um substantivo próprio para meus desejos abstratos e concretos.
Amanhã é um verbo de ação que me imobiliza.
Amanhã é um gerúndio sem infinitivo.
Amanhã é meu pronome possessivo sem demonstrar meu sentimento oblíquo.
Amanhã é um artigo indefinido na lição da vida.
Amanhã é um numeral multiplicativo que precisa ser ordinal.
Amanhã é uma preposição sem posição única de existir.
Amanhã é uma trissílaba separada pela dor do hoje.
Amanhã é uma Comparação incomparável.
Amanhã é uma hipérbole em meus lábios exagerados.
Amanhã é uma vírgula que isola o sujeito oculto do indeterminado.
Amanhã é um predicado que exige um objeto direto.
Amanhã é uma oração sem sujeito, sem querer sua ausência.
Amanhã é uma locução que se une para não existir o ontem.
Amanhã é o silêncio que desejaria gritar SOCORRO para o indicativo.
Amanhã é uma dúvida que corrói os verbos, os adjetivos, os substantivos, as horas, os minutos e os segundos.
Amanhã é o Alfa que não tardará em chegar no futuro do imperativo.
Amanhã é uma oração coordenada que tem sentido completo na fé.
Amanhã é a minha oração subordinada a Deus, que determina o que acontecerá, se Deus quiser!!!

Amém!

Lilian Flores

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Uma resenha: Mar Adentro - É PRECISO VIVER E VÍRGULAS!

O pano de fundo desse filme é a Eutanásia e ponto. Não! Vírgula, porque o mais importante em um filme, não é a sua temática, mas sim o que é feito dela e como ela é desenhada. OK, eu também sou contra a eutanásia. Eu também sou contra o suicídio. Viva a vida até o seu último instante com muita fé, paz e amor. Que lindo isso! Essa Lindeza de conceito é o lema de vida da grande maioria. O que tem de errado com esse lema? Nada! Absolutamente nada de errado! Por isso, não preciso assistir esse filme, foi a resposta que um dia em minha infantilidade juvenil, me vi respondendo, introspectivamente. Não é porque já sabemos ou achamos que já sabemos como vamos lidar com as adversidades que vierem ao nosso encontro, que daremos um ponto final no aprendizado, que podemos ter através desse filme ou com a vida mesmo, que sempre está nos dando sua lição de casa de cada dia. Use e abuse das vírgulas e das reticências, simplesmente porque elas nos fazem muito bem. Ponto final é para final? Também não é assim, é apenas seu nome. Assim como a temática abordada, é apenas um nome: eutanásia. Mas por trás dessa temática tem muita vida, muita poesia, muito amor, muita paixão, muitas razões de viver... Amém! Mas para quem se tornou paraplégico da noite para o dia, ou do dia para a noite, as razões de se viver, sejam talvez, menos convincentes que as nossas.

O que posso dizer sobre mim, é que vivo a vida intensamente sob o meu ponto de vista, e eu escolheria viver, sempre! Mas mesmo tendo essa certeza, me coloquei no outro lado dessa moeda. E acredito que não querer viver, deva doer mais do que lutar pela vida. E assim, comecei a observar as vidas ao redor e diante dos noticiários e estradas da vida, vimos pessoas que sucumbem viver...e outros, que desistem da vida para estar em outra dimensão, e há outros que são apenas um número, porque desistiram de viver, estando mortos em si mesmos.

A adversidade não pode fazer de nós fantoches em suas mãos, mas sim o contrário. E daí? Qual a receita ou qual o truque para usar o fantoche ao invés de ser usado por ele? Não sei... Só sei que a vida jorra de dentro para fora e não o inverso. Há pessoas que esperam fatos acontecerem legais ou não legais, para dizerem pra si mesmas, eu estou vivendo. E eu me incluo fora dessa....(risos). O que sei, é que independente do que acontece ao nosso redor ou conosco mesmo, isso não pode ser a combustão que nos tire da inércia ou como aconteceu com o personagem principal, o colocou na inércia.

Mar adentro te faz refletir sobre a vida, mas acima de tudo, sobre a morte. E te leva a questionar como julgamos o outro e esquecemos que tal atitude, nos leva ao patamar de sermos deuses também. O filme nos leva pra uma viagem adentro de nós mesmos, na qual somos tão misteriosos e profundos como o mar, onde só saberemos o que realmente faríamos quando mergulhamos no profundo de nossas almas, e lá no esconderijo de nossas mazelas, enxergamos as razões pelas quais vivemos.
Mar adentro é mais que um filme, é uma sessão de terapia, daquelas que duraram quase duas horas, mas que pareceram 15 minutos. Eu recomendo a assisti-lo, não porque já temos uma velha opinião formada sobre tudo, mas porque é importante ser uma metamorfose ambulante. Mudar é preciso!

Mas principalmente, porque temos que estar bem conosco mesmos, para fazermos o bem ao nosso redor ou sermos o bem para o outro e para nós mesmos. Mas quem é capaz de julgar o que é bom ou ruim para nossa vida? O vizinho? O amigo? O padre? Quem? Eu creio que só Deus sabe... Mas como saber o que Deus sabe? Eis a questão! Acredito e não tenho certeza, que quem tenta viver a vida de dentro pra fora e não de fora pra dentro, descobre o que Deus sabe! Viver ultrapassa qualquer entendimento, já dizia Clarice Lispector e tentar entender é uma armadilha.  É preciso viver e vírgulas!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Por que chorar?


Para abrir os olhos, para lavar o rosto, para lavar a alma...
Chora-se de tristeza, mas chora-se de alegria também. O importante é chorar para desobstruir as artérias, para acalmar o coração, para dormir leve e acordar sorrindo.
Os que tem coração de pedra, artérias secas, choram somente diante da morte.
Eu choro por tudo! Não apenas por dor-de-cotovelo, que graças a Deus, dura 24h apenas.
Choro por ver coisas que eu não queria ver. Saber de coisas que eu não queria saber....
Mas vc pode dizer: feche os olhos, tape os ouvidos, e pronto!
 Mas é exatamente assim que vejo o que meus olhos não aguentariam ver, se estivessem abertos.

Vejo sangue inocente se derramando ao chão da igreja perseguida...
Vejo o escárnio e a zombaria como tambores e trombetas abrindo os selos que restam...
Vejo a Cruz vazia de sentidos. A cruz virou apenas adorno, tatoo, decoração, slogan, marketing, canção e não gratidão...
Vejo a falta de perdão adoecer os ossos, o coração, a pele, o cabelo, a vida...
Vejo a falta de amor esfriar a igreja, congelar a fé e sangrar a esperança...
Vejo o ódio travestido de olhares boquiabertos...
Vejo a traição de mãos dadas com a amizade, eternizada por laços de interesses mútuos...
Vejo a fé abalada por ciúmes ecumênicos...
Vejo a insegurança segurar a mentira nua e crua...
Vejo o sinismo amedrontar o medo sem nem deixar a face avermelhada...
Vejo a falsidade corroer os sorrisos amarelados de hipocrisias...
Vejo a falta de temor arrebatar vidas precocemente...
Vejo e ouço sem querer, mas sempre querendo, porque ver e ouvir, é uma dádiva. E é por isso que choro, nem tanto como deveria. Mas se eu choro assim, fico imaginando Deus...

Obrigada Deus!

www.contoscontidos.blogspot.com.br