segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

200 dias letivos?


2 + 2 é igual a 4? Para uma criança pode ser 22. Há quem diga que 2+2 é 5. Seria a matemática totalmente exata? Ou tudo depende do ponto de vista que olhamos? E 1 ponto de vista é visto de apenas 1 ponto. O certo seria ver todos os pontos. Mas a grande questão é: quantos pontos? I-N-F-I-N-I-T-U-D-E!!!!!!

Gente, estou falando de um assunto que não domino e nunca dominei. Matemática e seus números são pra mim um E.t. de Varginha. Mas confesso que admiro aquelas pessoas que calculam com os olhos. Lembro com profundo carinho do professor HÉLIO de matemática da 7ª série, lá do Claurinice ou CVC para os íntimos, que dizia que hipotenusa rimava com o rabo da tartaruga. Como desde aquela época eu já tinha uma queda por poesia, achava aquilo lindo. Eu ficava extasiada e desesperada ao mesmo tempo, com um problema cheio de x e y, onde a resposta tomava conta do quadro todinho. Em matemática eu só era íntima mesmo do número 7, porque essa era minha nota no boletim até o 3º bimestre. Sim, porque no 4ºbimestre, batia aquele espírito natalino e o professor por piedade, me dava 8.

Porém, todavia, entretanto... eu e todos aqueles os professores que pediram para que eu escrevesse uma crônica sobre o 200 dias letivos; gostaríamos de entender a matemática desse cálculo. Pois, todo o ano é a mesma polêmica: "por que vamos parar amanhã, se o Estado parou ontem?" Daí alguém sempre diz: "ontem não, antes de ontem". E a culpa toda é sempre do Ministério Público que se souber que pararam ontem e não hoje... ai, ai, ai!!!

Vamos arregaçar as mangas e calcular nossa jornada letiva. Segundo a física passada, o dia tem 24h, mas segundo pesquisadores pós-modernos, o dia tem apenas 16h. Vixe! Então teríamos que trabalhar mais ainda? Estaríamos devendo? Vocês matemáticos de plantão que calculem o quanto. Ou melhor, esqueçam esse detalhe, afinal já está estabelecido como 24h o dia. Deixamos as sensações para a metafísica.

Há também um cálculo histórico-geográfico, ou seja, temos 200 dias letivos e uma jornada de 800 horas e estamos em uma das piores colocações, penúltimo lugar (39º) em qualidade de educação. A Finlândia que está em 1º lugar no ranking mundial, tem 188 dias letivos e carga horária de 1200 horas aproximadamente. Pois lá, as aulas começam apenas às 8.30h ou 9h e terminam às 15h, ou seja 7h de aula por dia -, o chamado período integral. Uma realidade um tanto utópica, visto a quantidade de escolas que temos para a quantidade de alunos. Precisaria no mínimo do dobro de escolas ou a metade de alunos. Mas como já dizia a Mocidade Independente de Padre Miguel " sonhar não custa nada, quando o sonho é tão real..." Olhando por esse ponto, estamos quites? Ou como diz a minha mãe: "elas por elas!"

Enfim, essa crônica não tem a intensão de achar culpados, mas de juntos buscarmos refletir sobre alternativas possíveis de ofertar um ensino de qualidade para os alunos e uma jornada de trabalho justa para nós professores, onde não teríamos que fazer "hora-extra" ficando após o horário para entregar boletins; reuniões de conselho de classe; entre outras paradas não contabilizadas monetariamente.

Tenho saudades do tempo em que parávamos um dia para entregar os boletins e ao mesmo tempo conversávamos com os pais. Saudades do tempo em os "bons" alunos não pagavam a conta dos "maus", ou seja, aqueles que estudaram o ano inteiro e conseguiram passar direto em todas as 9 disciplinas heroicamente, eram contemplados com umas férias mais longa e merecida. Enquanto os demais, ficavam mais 20 dias estudando, tendo aula de "reforço", para então, fazerem o Exame Final. Sinto profunda saudade da maratona de cursos que tínhamos na Univille, no Centro Eventos, entre outros espaços.

Vamos ver o que nos espera nesse ano de COPA DO MUNDO, do país do futebol, do carnaval e das novelas; quiçá dos livros. "Sonhar não custa nada..."

Lilian Flores