Há linhas retas e tortas. Em determinados momentos é preciso ser linha reta. Já em outros, tortas. Sem querer eu escolho a torta. Elas me levam a rabiscos, vírgulas, aspas, pontos de interrogações... mas confesso que as linhas retas me fazem falta. Nelas teço riscos que vão seguindo em frente, sempre em frente, até chegar lá... Lá, onde não se pode ver, onde só se chega mergulhando, onde o sol já se pôs e o vento passa longe. Lá só se pode ouvir o pio dos pássaros. Lá, onde só eu e você podemos ir?! Lilian Flôres
Alma verde é o que tenho ou penso que tenho. Talvez ela seja branca e meu segredo é pintá-la de verde e assim, vou me disfarçando, como camaleoa que sou. Nesse momento penso que estou verde, porque estou sendo alguém que quase sou. Eu, abstrata extensão de mim mesma. Como uma lagarta que despreocupadamente vai se perdendo entre folhas e flores e ao se encontrar consigo mesma, pensa em voar... Depois do sol nascer, totalmente livre de seu casulo, bate asas de desespero em busca de néctar e vento.