sábado, 26 de janeiro de 2019

IMPOSSÍVEIS


Impossível não chorar por essa tragédia!
Impossível não lembrar dos desaparecidos!
Impossível não relembrar o que aconteceu em Minas há 3 anos atrás!
Impossível  não agradecer aos resgatadores a vida dos resgatados!
Impossível não se indignar com a lama de impunidade em que Brumadinho e o Brasil estão submersos!
Impossível não se emocionar com a tristeza que emana desse vale de sombra e morte!
Impossível não amar vidas, que estão lutando para sobreviver!
Impossível não clamar a Deus por quem ainda não apareceu!
Impossível não ter esperança pelas vidas que pulsam nos arredores desse filme de terror, que novamente Minas vivencia!
Impossível ser possível esse caos reaparecer?!

Lilian Flores
www.contoscontidos.blogspot.com.br

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

VOLTA ÀS AULAS E A DANÇA DAS CADEIRAS

As aulas estão chegando, as férias terminando e os cargos de confiança dançam ao som de Djavan... Qual música? Qualquer uma, Djavan é para se ouvir sentado mesmo e não para dançar. Mas sempre falta uma cadeira e alguém vai ficar em pé, ou não!

Não vou negar que senti uma boa sensação ao saber que nossa Escola terá uma nova comandante e nem preciso explicar o porquê!

Aí, fiquei sabendo à boca pequena, que voltaria pra nossa comunidade, a ex, que esteve ali por 6 anos. É fato que ela não é a mais humana das criaturas, mas é competente, é honesta, e além desses ingredientes que são muito importantes quando falamos em educação: conhece e gosta da comunidade (pais e alunos). E os professores, ela não gosta? Quem gosta de nós? Deus, porque Ele ama a todos. Ex-alunos, e aqui se dividem em dois grupos: os que gostam por sentimento de culpa, ou seja, "como eu maltratei esse(a) professor(a)!" E os que gostam por arrependimento: "Putz, por que não prestei atenção naquela aula de potenciação, das formas nominais do verbo, o verbo To Be, Redação,  mudanças climáticas, cromossomos, Revolução Francesa, Rev. Farroupilha, Guerra dos Canudos, Anita Malfati...? Jogar volei? Não, obrigada, quebra as unhas! "  Quanto arrependimento jogado no baú das memórias... Tem como voltar atrás? Não! Máquina do tempo, só no filme de Spielberg!!!

E como disse uma vez um certo passarinho:  "sistema democrático só funciona em comunidades leitoras e letradas, porque dessas pessoas virão boas sugestões teóricas. Agora, o que funciona na prática, é o regime ditatorial, a práxis:  Sem perguntas, sem sugestões, sem justificativas, sem dores de cabeça...." Aí está a receita para ficar 6 anos no comando geral em uma Escola!! Fora as outras escolas. Nasceu para ser diretora, fato!

Depois dela, veio uma super democrática. Tão democrática que a gente nem sabia dar sugestões... Nós estávamos no País das Maravilhas e não sabíamos! Gostava da comunidade, gostava dos pais, gostava dos alunos, sabia o nome de todos e disfarçava bem que gostava da gente. Ue, por que saiu? Porque confiou demais no seu "braço direito". E ai já viu... O braço direito, nunca se contenta em ser apenas direito, ele quer ser esquerdo também! Pra fazer o quê? Nada! Ah, para cruzá-los!

Passaram-se intermináveis 12 meses e a pedido da torcida, veio como diretora a mamãezona da Escola. Competente, comprometida, democrática entre outros adjetivos. Um ano que passou voando e o sonho de açúcar com canela acabou! Mas por que saiu? À pedido do marido! Isso pode produção? Pode e deve! Queria ser mãe novamente e está gravidíssima!!
Vivas! Família ou cargo? Família! Dinheiro ou saúde? Saúde! A torcida mesmo triste teve que concordar com os argumentos, incontestavelmente contestáveis,  dependendo do ponto de vista e dos valores que cada um dá ao que julga importante.

Enfim, ontem já fiquei sabendo, que a nossa comandante será outra! Gostei da alteração, gostaria mais se o  motivo não fosse eleitoral. Mas nem tudo é perfeito! E temos que combinar, que Eliane Curvello é "cabra-macho" pra caramba! Sem medo de ninguém e nem de nada, muito menos de crônicas. É também honesta, competente, comprometida, justa, etc... Porém, assim como a atual, vai cair de paraquedas na comunidade. O que tem de errado? Nada,  só se continuar com os paraquedas abertos, pronta pra querer voar novamente.  Eu e quase todos os professores caímos também de paraquedas ali. Mas, é preciso desarmar o paraquedas, guardá-lo e conhecer a comunidade, não do alto, mas de perto, lado a lado.

Saber o nome dos alunos, é sinônimo de que querer bem. Conhecer seus pais, não para contar-lhe a vida, mas para cumprimentar,  e em dois dedos de prosa conseguimos entender um ano dos porquês de avaliações mal sucedidas.

Certamente, ser diretora no bairro que mora, é como chover no molhado. Ou melhor, votos garantidos. Mas ser diretora numa "terra de ninguém", um bairro que fica no meio do caminho, nem centro, nem praia, é um desafio para os fortes e uma seara pronta pra ser colhida. Amém! Só espero que seu paraquedas fique fechado e guardado e que não levante vôo, como todas as outras. Quanto egoísmo meu! Mas eu traduziria em: como é difícil achar luz no fim do túnel e quando encontramos, queremos que a luz permaneça. Só isso... É preciso compreender que ser humano não é máquina. Que somos um número, mas também somos letras. Que somos frutos de ações e reações. Que tudo está ligado a tudo. E a minha prece é que em ano de Eleições, o lema não seja: "Salve-se quem puder!" Amém e amém!

Lilian Flores
 www.contoscontidos.blogspot.com.br

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Côncavos

Ela não esperava a visita repentina daquele homem, mas fiquei feliz mesmo assim. Apesar de nunca terem se visto pessoalmente, ela tinha uma certeza desconcertante de que ele não era um total desconhecido.
Mas o que ele sabia sobre essa desconhecida? O nome!

 Ela não gostava de fotografias. Pra ela, a imagem é a distorção da alma, uma vã idolatria. Já ele, gostava de fotos e até as colecionava.

Em meio aquela multidão, ele a procurava sem cessar. Procurava porque nasceu para isso. Procurar causava-lhe adrenalina. Procurar era como se tivesse escalando um penhasco ou correndo uma maratona. Procurar era seu lema. Às vezes, ele achava que havia encontrado e então, sucumbia à felicidade. Mas de repente, percebia que não havia achado nada. Vazio. Continuava procurando insistentemente, porque procurar era uma forma de encontrar o que é invisível a olhos nus. Lia, ouvia e no silêncio apareciam algumas respostas.

Mesmo estando acompanhado de sua amiga, ou confidente, ou namorada... ele a procurava. Tinha uma absoluta certeza que aquela que estava ali, sentada ao seu lado esquerdo, é que era uma estranha. Apesar de saber quase tudo sobre ela, percebia que nada sabia. E ela, muito menos. Seu único desejo era apenas ter alguém. Isso era a plena felicidade! Mas ele queria mais, muito mais que a felicidade. Alguém ao lado era muito pouco. Ele queria os côncavos...

Até que, no atraso das horas, ela apareceu. Ele ainda não havia lhe visto, mas sentia sua presença. Queria mexer o pescoço ou esticar os olhos para confirmar o que estava sentindo, mas não podia. Só tinha a certeza que ela acabara de chegar.

De repente, num piscar de olhos estavam frente à frente. O que dizer a uma mulher escandalosamente inquieta? Não sabia. O silêncio sempre era a melhor resposta. Mas lhe era proibido ficar mudo. Precisava dizer algo, mas não sabia como começar. Resolveu então, falar de tudo um pouco: ética, moral, fé, política, filosofia e de Deus...falou só o necessário para aquele primeiro encontro não programado. Ela ficou em êxtase puríssimo!

Abraçaram - se três vezes e se despediram sorrindo daquela noite quase fria. Ele foi embora com a sensação de que ela havia lido sua alma.

Lilian Flores
#relatodeumaamigaapaixonada #eufloreei