quarta-feira, 20 de maio de 2015

ERA UMA VEZ...

ERA UMA VEZ...

CADÊ A NOSSA PRAÇA DE LEITURA? Não existe mais! Simples assim...
 Alguém (Extraterrestre), entra na escola às 16h, com um trator e um caminhão para retirar os pneus chumbados com cimento e os pneus com terra, flores, outros com orégano, manjericão, alfavaca, tomatinho cereja, etc. A mando de quem? Ninguém! (Outro Extraterreste)
 Então, desesperada, atônita, ao mesmo tempo trêmula, pasma, entre outros sentimentos impossíveis de serem descritos, apenas sentidos; fui à Extraterrestre-mor da Escola, perguntar o porquê de tal atrocidade? Resposta nº 1:

"Muitas denúncias por causa da dengue, muito incômodo", emendou! Oras, quando eles estavam sem cimento, concordo com a denúncia, mas no mesmo dia da denúncia, realizada na Rádio São Francisco, no Programa do Sared, a Secretária de Educação, esteve verificando in loco a situação e conversou pessoalmente comigo e com a Denise Borba, Coord. do Projeto Mais Educação, que a solução era apenas chumbar os pneus-mesas com terra e cimento. Rapidamente o problema foi resolvido, com envio de funcionário da Sec. de Obras e material para concretagem. Os demais pneus estavam com terra e flores, outros com terra e temperos, outros apenas com terra a espera das mudas que seriam cedidas pela Secretaria de Agricultura, mediante a CI de solicitação. Estávamos a espera!!!!! Haviam dois pneus sem cimento e sem terra, em uma praça com mais de 60 pneus!

Resposta nº 2:

"Será construída uma nova praça, toda cimentada com grade... muita correria dessa guriada"

Não sei qual das duas respostas é a pior! Talvez vocês possam me ajudar? Até imagino a praça pronta daqui uns 20 anos! E também imagino o estilo: "Carandiru" pra ver o sol nascer quadrado, mas num tom gótico, renascentista, ou quem sabe art noveau, ou à lá Romero Brito, o novo hit do momento! Até já anteciparam a cor da grade da grande jaula: "verde, tipo telinha, Lilian", disse uma professora! Agora, todos enjaulados como porcos em currais, como animais em cativeiros... Na certa tem tudo haver com a nossa proposta de Praça de Leitura, em que a identidade do bairro foi preservada; onde a maioria dos pais dos nossos alunos, trabalham como Caminhoneiros, além das muitas oficinas mecânicas e borracharias existentes na nossa querida Reta!!!!

Resposta nº3:

"A praça estava abandonada!" Com certeza estava mesmo, esse ano! Esse foi o único argumento plausível, mas também desorientado, pra não dizer irresponsável! Oras, para que as cores dos pneus ficassem "vivas", vibrantes, era preciso comprar mais latas de tintas. Para plantar alface, cebolinha, couve, etc.. como tínhamos no início, era preciso mais terra, adubo e novas mudas...parece que a C.I., ainda não chegou na Sec. de Agricultura ou não foi respondida até a presente data. As mesas estavam com cimento, prontas para o início da Oficina de Mosaico, coordenada pela Profª Rosana, no Mais Educação, mas também parece que a C.I. não chegou na Secretaria de Cultura ou não foi respondida. Pois, segundo a Rosana, não seria preciso comprar azulejos, devido ao acervo existente na Cultura. É verdade que faltavam bancos para as crianças sentarem, mas em pareceria com o Mais Educação, a coordenadora, sugeriu a compra de bancos prontos de cimento, adequados para mesas redondas. Porém, como o repasse do gov. Federal está atrasado desde o início do ano, para todo o Brasil, essa ideia ficou em stand bye!

Mas eu me pergunto: será que os "atores" da educação sabem realmente o que significa um PROJETO? Ou eles acham que projeto é algo copiado da internet, ou copiado de algum caderno de planejamento?(risos) Ou projeto é uma mercadoria comprada por alguém que não sabe escrever como infelizmente, muitos fazem para obter sua monografia, logo seu diploma e consequentemente "dar aula". Ou que projeto, é algo que tem início, meio e fim? Realmente, ele tem início e meio, mas FIM, nunca! Ah, tem gente que acha que projeto tem dono? Pode ter idealizador(a), mentor(a), coordenador(a) etc... A impressão que dá, pela atitude grotesca, é que foi vingancinha barata: o projeto é da "dona" Lilian Flores, então vamos acabar com o projeto "dela".

Realmente eu o escrevi por algumas madrugadas de inspiração, mas foi pensando em todos e para todos. Ambiente colorido, alegre perfumado para aulas de leitura em Língua Portuguesa, comigo no ginásio e também para as prof.ª regentes do primário; para aulas de xadrez nas disciplinas de Ed. Física e Matemática; para aulas de pintura, em Artes; para aulas sobre tipos de solos, em Geografia; para aulas de fotossíntese, insetos, invertebrados, plantas, em Ciências; para oficinas de Mosaico e artesanato, no programa Mais Educação; para aulas de Apoio pedagógico nos contraturnos, pois as professoras ficam a caça de uma sala vazia; entre outras necessidades oriundas no dia a dia de uma escola.

Enfim, nessa segunda-feira e hoje pela manhã, percebi o quanto somos impotentes. E que ter a tinta na caneta, faz muita diferença, porque eu só tenho a caneta, mas sem tinta. Percebi também, que os reais motivos sempre ficam nas entrelinhas dos discursos. Percebi que a mesquinhez, é um dos piores defeitos do "serumano". Percebi que as (in)competências têm nomes e endereços. Percebi que a inveja, corrói olhares, deixando as pessoas mais míopes, que o grau congênito de nascença. Percebi, que a preocupação com a Leitura, é imediatista e sazonal. Percebi que hierarquia, é apenas para os peixes pequenos, como eu! Percebi que educar, é para alguns, sinônimo de encurralar. Percebi que Educação, em alguns momentos, deveria ser escrita com I, que no latim significa, negação. Percebi que transdisciplinaridade, interdisciplinaridade, projetos e outras nomenclaturas, são apenas nomenclaturas, sem sentido algum, sem razão alguma de existir. Percebi, que as pessoas estão anestesiadas pelo comodismo; pelo pronto e acabado; pelo efêmero; pela invalidez do pensar e agir. Percebi que querer inovar, reciclar, reaproveitar, reutilizar, ressignificar, é um ato não de responsabilidade pessoal e social, mas de mediocridade, só para cumprir curriculum, para constar no Informativo, para aparecer nas mídias, para "causar".

Quando eu postei no Face(mídia gratuita), em nenhum momento foi com o objetivo de: "olha o que eu fiz!". Pelo contrário, foi postado apenas, para pedir mais parcerias e mostrar aos parceiros e apoiadores o que foi feito, e o que ainda faltava fazer. Tanto, que o radialista e amigo pessoal, Sared Bueri, gratuitamente postou em seu blog e em seu programa "Na Boca do Povo", as carências do Projeto e por sua conta, os elogios; não a mim, porque papel não tem valor algum, se o projeto não tomar forma concreta e real. Os elogios foram a todos que botaram a "mão na massa", cedendo aulas, cedendo alunos, comprando material, pintando os pneus, colocando terra, plantando, cuidando, regando, colhendo, doando mudas, flores, tintas, pincéis, buscando pneus nas borracharias, entregando ofícios nas empresas, emprestando o carro, cedendo aula atividade, etc...

Perdão alunos; perdão pais e comunidade; perdão professores; perdão apoiadores financeiros (VEGA do Sul com as mudas; TESC, com os Baús para os livros; perdão Sared, pela divulgação; perdão PRAIANA, STEIL, HEINZ FOESTER, Mat. SÃO CHICO, pelas latas de tintas; perdão A Ong. Internacional OMUNGA, pelos livros doados a nós e não a África, eles estão sendo MUITO usados em sala de aula; perdão a quem se achar de direito. Ainda bem que os baús e os livros estavam dentro da minha sala, já imaginaram...?

Resumo da ópera de hoje, alguns amigos me disseram assim: "É um incômodo a menos pra ti"; "pense pelo lado positivo, acabou antes de começar"; " eu já tô tão acostumada com isso, que pra mim não é novidade"; "hoje você tem inspiração para escrever uma nova crônica".

 Lilian Flores


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