terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ensinar, ensinar a ensinar+aprender, aprender a aprender...

Hoje, há quase 9 meses do ano letivo, a Secretaria de Educação pariu um curso, para capacitação dos professores do Ensino Fundamental II. O curso nasceu, esperamos que o bebê cresça. Não vou dizer que foi uma experiência ruim, porque aprendi algumas coisas que eu não sabia, no entanto, não foi a 8ª maravilha do mundo!

Pelo menos desta vez, o professor tinha experiência de sala de aula em escola pública. Não é aqueles cursos que você sai levitando e supermotivado, com milhões de ideias novas... como aconteceu comigo com a Roberta, Andréia, Geane, tantas outras professoras que estavam lá no PROLER, curso promovido pela Univille, na segunda feira passada. Onde todos os mestres Contadores, Escritores, Pensadores e (en)cantadores de Histórias nos encantaram e nos convidaram ao encantamento. Pois, acredita-se que o aprendizado acontece, quando nos sentimos encantados pelo professor que transmite o conteúdo, de uma forma encantadora.

Por outro lado, ele foi honesto: não fez carinha de melhor professor do planeta terra, nem tão pouco comprou os nossos apelos saudosistas. E foi bem claro: o curso é para o professor e não para o aluno! Contudo, porém, todavia... nas entrelinhas, o discurso é sempre o mesmo: NÓS SOMOS OS SALVADORES DA PÁTRIA E TAMBÉM OS CULPADOS PELAS MAZELAS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.

De tudo o que foi compartilhado hoje, além das informações que eu desconhecia, em que nossos alunos precisam ler 90 palavras por minuto, algumas técnicas de concentração e os modelos de registro do conteúdo aprendido, afim de aumentar a nota da Prova Brasil e ENEM, e claro, para melhorar o nosso IDEB. O que ficou na minha MEMÓRIA AFETIVA, é a frase de que devemos, "Ensinar, ensinar, a ensinar e aprender, aprender e a aprender", além do sotaque mineiro do professor palestrante.

Parece uma frase óbvia e comum, mas não é! Pelo menos não pra mim. A repetição do verbo ensinar, ela provoca uma inquietação no sentido de NÃO DESISTIR e nos convida a desafiar nossos alunos a serem professores também (ENSINAR, ENSINAR A ENSINAR). Ensiná-los a ensinar.

Já a repetição do verbo aprender, é ainda mais desafiadora, pois ela nos coloca no lugar de ALUNO pra sempre! E também nos convida a mudar, ou seja, a estarmos atentos aos aprendizados corriqueiros e também aos complexos.(APRENDER, APRENDER, A APRENDER)

Apesar do curso em suas entrelinhas cair naquele discurso comum, ele trouxe práticas pedagógicas ou "metade da receita", como o Prof. Gustavo afirmou, e também princípios matemáticos, para "medir o aprendizado", entre outras meias-receitas.

Depois do curso, a caminho da creche para buscar minha filha, fiquei confabulando com o volante do meu carro: ENEM e PROVA BRASIL são os norteadores e termômetros para medir aprendizagem? Pelo jeito sim...

RESUMO DA ÓPERA: SOMOS TODOS NÚMEROS! O aluno é o consumidor, o aprendizado um produto na prateleira, a escola a loja de conveniências e nós professores? Um balconista, um atravessador, um contrabandista, um atacadista, um sacoleiro, um camelô...


Lilian Flores

www.contoscontidos.blogspot.com.br




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