sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

VOLTA ÀS AULAS E A DANÇA DAS CADEIRAS

As aulas estão chegando, as férias terminando e os cargos de confiança dançam ao som de Djavan... Qual música? Qualquer uma, Djavan é para se ouvir sentado mesmo e não para dançar. Mas sempre falta uma cadeira e alguém vai ficar em pé, ou não!

Não vou negar que senti uma boa sensação ao saber que nossa Escola terá uma nova comandante e nem preciso explicar o porquê!

Aí, fiquei sabendo à boca pequena, que voltaria pra nossa comunidade, a ex, que esteve ali por 6 anos. É fato que ela não é a mais humana das criaturas, mas é competente, é honesta, e além desses ingredientes que são muito importantes quando falamos em educação: conhece e gosta da comunidade (pais e alunos). E os professores, ela não gosta? Quem gosta de nós? Deus, porque Ele ama a todos. Ex-alunos, e aqui se dividem em dois grupos: os que gostam por sentimento de culpa, ou seja, "como eu maltratei esse(a) professor(a)!" E os que gostam por arrependimento: "Putz, por que não prestei atenção naquela aula de potenciação, das formas nominais do verbo, o verbo To Be, Redação,  mudanças climáticas, cromossomos, Revolução Francesa, Rev. Farroupilha, Guerra dos Canudos, Anita Malfati...? Jogar volei? Não, obrigada, quebra as unhas! "  Quanto arrependimento jogado no baú das memórias... Tem como voltar atrás? Não! Máquina do tempo, só no filme de Spielberg!!!

E como disse uma vez um certo passarinho:  "sistema democrático só funciona em comunidades leitoras e letradas, porque dessas pessoas virão boas sugestões teóricas. Agora, o que funciona na prática, é o regime ditatorial, a práxis:  Sem perguntas, sem sugestões, sem justificativas, sem dores de cabeça...." Aí está a receita para ficar 6 anos no comando geral em uma Escola!! Fora as outras escolas. Nasceu para ser diretora, fato!

Depois dela, veio uma super democrática. Tão democrática que a gente nem sabia dar sugestões... Nós estávamos no País das Maravilhas e não sabíamos! Gostava da comunidade, gostava dos pais, gostava dos alunos, sabia o nome de todos e disfarçava bem que gostava da gente. Ue, por que saiu? Porque confiou demais no seu "braço direito". E ai já viu... O braço direito, nunca se contenta em ser apenas direito, ele quer ser esquerdo também! Pra fazer o quê? Nada! Ah, para cruzá-los!

Passaram-se intermináveis 12 meses e a pedido da torcida, veio como diretora a mamãezona da Escola. Competente, comprometida, democrática entre outros adjetivos. Um ano que passou voando e o sonho de açúcar com canela acabou! Mas por que saiu? À pedido do marido! Isso pode produção? Pode e deve! Queria ser mãe novamente e está gravidíssima!!
Vivas! Família ou cargo? Família! Dinheiro ou saúde? Saúde! A torcida mesmo triste teve que concordar com os argumentos, incontestavelmente contestáveis,  dependendo do ponto de vista e dos valores que cada um dá ao que julga importante.

Enfim, ontem já fiquei sabendo, que a nossa comandante será outra! Gostei da alteração, gostaria mais se o  motivo não fosse eleitoral. Mas nem tudo é perfeito! E temos que combinar, que Eliane Curvello é "cabra-macho" pra caramba! Sem medo de ninguém e nem de nada, muito menos de crônicas. É também honesta, competente, comprometida, justa, etc... Porém, assim como a atual, vai cair de paraquedas na comunidade. O que tem de errado? Nada,  só se continuar com os paraquedas abertos, pronta pra querer voar novamente.  Eu e quase todos os professores caímos também de paraquedas ali. Mas, é preciso desarmar o paraquedas, guardá-lo e conhecer a comunidade, não do alto, mas de perto, lado a lado.

Saber o nome dos alunos, é sinônimo de que querer bem. Conhecer seus pais, não para contar-lhe a vida, mas para cumprimentar,  e em dois dedos de prosa conseguimos entender um ano dos porquês de avaliações mal sucedidas.

Certamente, ser diretora no bairro que mora, é como chover no molhado. Ou melhor, votos garantidos. Mas ser diretora numa "terra de ninguém", um bairro que fica no meio do caminho, nem centro, nem praia, é um desafio para os fortes e uma seara pronta pra ser colhida. Amém! Só espero que seu paraquedas fique fechado e guardado e que não levante vôo, como todas as outras. Quanto egoísmo meu! Mas eu traduziria em: como é difícil achar luz no fim do túnel e quando encontramos, queremos que a luz permaneça. Só isso... É preciso compreender que ser humano não é máquina. Que somos um número, mas também somos letras. Que somos frutos de ações e reações. Que tudo está ligado a tudo. E a minha prece é que em ano de Eleições, o lema não seja: "Salve-se quem puder!" Amém e amém!

Lilian Flores
 www.contoscontidos.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário